quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O banho


"Cansada, encaracolada,
cai a última peça de roupa que pretendia cobrir o corpo suado e quente.
No chuveiro, abrindo a ducha,
entrego o corpo aos respingos furiosos que, como pregos carinhosos, espetam a carne e transformam-se em lágrimas doces de puro prazer.
Fecho os olhos e sonho com você (-;
Quase posso sentí-lo:
seu toque, seu respirar, seu olhar...
Sinto-me observada... mas que nada estou só em meus delírios,
só com meu senhor dos sonhos.
E deslizo, em seu louvor,
a bucha fina e ensaboada
que vai perfumar e amaciar a pele tenra e bronzeada.
A esponja coberta de espuma
passeia por todo o braço...
é quando sinto seu abraço.
Percorre o peito, escorre pelos seios...
é quando esquentam meus desejos.
Desce pelo ventre, fazendo arrepios...
é quando me provoca calafrios,
por antecipar, em pulsações infinitas,
a goteira da gruta bendita.
Escorrega a espuma pelas coxas,
quando sinto sua boca, coisa louca,
a beijar meus pés e dedos,
provocando prazer e medo
de despertar desse banho.
Fecho a torneira, ainda tonta, e
busco a toalha pra enxugar,
quando vejo, num lampejo, olhos famintos...
é você, meu doce amor,
que meu sonho buscou."
Novamente o chuveiro vai jorrar...

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